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Cada uma de nós carrega no coração a imagem de uma mãe perfeita pela qual ansiamos. Quando uma mulher se torna mãe, essa imagem é definida como um ideal e ela quer persegui-la a qualquer custo. Uma mãe perfeita é paciente, sorridente, adora brincar com os filhos e a maternidade SEMPRE a faz feliz. Não admira que uma imagem tão idealizada tenha causado a rebelião. Por esta razão, nos últimos anos, na blogosfera polaca e mundial, tem-se visto uma imagem completamente diferente de uma mãe: frustrada, cansada da maternidade, ignorando as regras de manter os filhos longe da TV e tentando obter o máximo de “tempo para mim” possível.

A realidade é muito mais complexa. A vida de uma mãe não poderia estar mais longe de ser a preto e branco. É uma colagem de pelo menos 100 cores. “Às vezes sol, às vezes chuva” - é uma metáfora que descreve com precisão a vida quotidiana de uma mãe. Infelizmente, para algumas mães, há mais chuva. Às vezes, não está realmente a chover. Elas experienciam dias outonais cinzentos e nebulosos, sem um vislumbre de sol. Vale a pena lembrar que quase 50% das mulheres têm um humor tão deprimido. Não se trata, no entanto, de um estado perturbador - mais indicativo de necessidades que foram postas de lado e pereceram na rotina diária. As estatísticas mostram que o fator mais importante para melhorar o bem-estar das mães é o contacto com outras mulheres numa situação semelhante. Pode ser uma caminhada, encontrar um grupo de pais, um café com amigas - todas as atividades são acessíveis e muito úteis. Em muitas cidades, existem, por exemplo, encontros de babywearing. Estas são ótimas oportunidades para conhecer e falar sobre a sua experiência parental. Se sente que a rotina diária a sobrecarrega, tente quebrá-la. Pode começar com coisas muito pequenas que a fazem feliz. E não se surpreenda se, por vezes, estar totalmente vestida antes das 10 da manhã for um desafio.

A realidade quotidiana pode ser tão avassaladora que já não conseguimos ver o sol. É altura de agir e procurar ajuda profissional, especialmente se o humor deprimido durar mais de um mês. Pode responder às perguntas da Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (pode encontrá-la online com a chave) - se os resultados do teste forem alarmantes, é uma boa ideia consultar um especialista (pode ser um psiquiatra, um médico de família ou um psicólogo especializado em trabalhar com pessoas deprimidas). Quanto mais cedo, melhor! A consulta não tem de terminar com a prescrição de medicamentos. Talvez precise apenas de falar com um profissional e monitorizar a sua saúde. Vale a pena saber que existem antidepressivos que podem ser tomados durante a amamentação.

É importante acarinhar e seguir a imagem perfeita de um progenitor. Os nossos filhos merecem-no.

Mas nunca se esqueça da citação de Bruno Bettelheim: “O progenitor suficientemente bom é o melhor progenitor”!

A autora desta publicação é Jagoda Kędzierska, pedagoga. Obrigada!